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Autora: Andressa da Silva Elicker

Colaboradores: Patrícia Constantini Kreling, Paulo Roberto Rodrigues

Doenças neurodegenerativas ocorrem por perda progressiva e gradual de neurônios, seja por prejuízos na sua estrutura, da sua função ou por morte neuronal, levando a uma disfunção do sistema nervoso. Cada vez mais elas estão sendo diagnosticadas na população em geral e curá-las é um dos grandes objetivos da Medicina.




Doenças Neurodegenerativas

As doenças neurodegenerativas podem ser essencialmente definidas como doenças nas quais acontece a destruição de neurônios, progressiva e irreversivelmente. Mas para entender-se tais doenças, deve-se antes compreender basicamente a composição e o funcionamento do sistema nervoso, para saber mais facilmente o que um problema em determinada área, irá ocasionar.


Sistema Nervoso

O Sistema Nervoso é responsável por receber, armazenar, transmitir e processar todas as informações. Ele tem a função de controlar todos os outros sistemas a fim de que o organismo funcione adequadamente. Juntamente com outros sistemas, como o endócrino, o Sistema Nervoso possibilita que o corpo perceba variações do meio externo e interno e reaja adequadamente perante essas variações para manter sempre o equilíbrio do corpo, que é chamado de homeostasia. Pode-se dizer então que o Sistema Nervoso está envolvido com praticamente todas as funções corporais, direta ou indiretamente. Sua unidade funcional é o neurônio. Divide-se o Sistema Nervoso em dois:

• Sistema Nervoso Central

• Sistema Nervoso Periférico

O Sistema Nervoso Central é composto pelo encéfalo e pela medula espinhal e é o local onde se recebe, processa e integra as informações. Pode-se dizer que o Sistema Nervoso Central é o local onde se toma decisões e envia ordens a serem executadas. O encéfalo, o qual pesa mais ou menos 1,4kg, é composto pelos hemisférios cerebrais, também chamados de telencéfalo, pelo diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo e tronco encefálico (dividido em bulbo, ponte e mesencéfalo).

No Sistema Nervoso Central, existem dois tipos de substância, a substância cinzenta que são os corpos dos neurônios e a substância branca, que é formada pelo prolongamento dos neurônios, chamados de axônios, como será visto adiante. No encéfalo (exceto no bulbo do tronco cerebral) a substância cinzenta fica mais externamente e é ali que as informações são processadas no cérebro, enquanto que a substância branca está internamente, sendo por ela que as informações chegam ou são enviadas pelos neurônios. Já na medula e no bulbo do tronco cerebral ocorre o inverso, a substância branca fica do lado externo e a substância cinzenta do lado interno.

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Fonte: http://guia.heu.nom.br

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Fonte: http://vestibulares.passei.com.br/

Nos dois hemisférios cerebrais, ou telencéfalo, a substância cinzenta constitui o chamado córtex cerebral, o qual é dividido em mais de 40 áreas com funções próprias, como memória, sensibilidade, função motora, fala, olfato, audição, comportamento, dentre diversas outras. Vale lembrar que o córtex tem diversos sulcos e pregas (giros), dando aquela característica aparência do cérebro, para poder entrar na caixa craniana. Isso porque, com a evolução, os hemisférios cerebrais humanos foram aumentando e, para conseguir caber dentro do crânio (que não acompanhou seu crescimento), os hemisférios precisavam compactar-se, por isso desenvolveram-se pregas e sulcos. A área do córtex cerebral de 1.500 cm2, o que corresponde ao tamanho de aproximadamente 2 páginas de jornal, mesmo assim, apenas 1/3 da superfície fica exposta. O córtex é dividido em lobos e cada hemisfério contém 5 lobos, cada um com funções específicas, sendo eles:

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Fonte: http://4.bp.blogspot.com

• Lobo Frontal

• Lobo Parietal

• Lobo Temporal

• Lobo Occipital

• Ínsula


O cerebelo localiza-se atrás do tronco encefálico e desempenha diversas funções, dentre as quais encontra-se principalmente a manutenção do equilíbrio, juntamente com outras áreas cerebrais. Ele é também responsável um dos responsáveis pelos movimentos, tônus muscular e postura.

O tronco encefálico, composto por bulbo, ponte e mesencéfalo possui inúmeras funções, sendo responsável pelas funções básicas para a vida, como respiração, controle da pressão arterial e batimentos cardíacos.

O Sistema Nervoso Periférico é composto por nervos e gânglios nervosos tem a função de conduzir a informação nervosa por todo o corpo, ou seja, é ele que conecta o Sistema Nervoso Central a todas as partes do corpo. Os nervos são basicamente feixes de fibras nervosas recobertas por uma capa de tecido conjuntivo. Já os gânglios são corpos celulares de neurônios aglomerados, fora do Sistema Nervoso Central (nos nervos, eles aparecem como pequenas dilatações).

Os nervos podem ser divididos em:

• Nervos Sensitivos: tem a função de conduzir os impulsos nervosos do órgão receptor até ao SNC, por exemplo, quando toca-se em um objeto quente, são os nervos sensitivos que levam a informação até o córtex cerebral, para que essa informação seja processada e sinta-se a sensação de calor.

• Nervos Motores: levam o impulso nervoso do encéfalo até o órgão que vai efetuar o movimento. Por exemplo, quando caminha-se, a informação sai do córtex motor do encéfalo e vai, pelos nervos motores, até os músculos das pernas, fazendo a pessoa executar o movimento.

• Nervos Mistos: tem, ao mesmo tempo, a mesma função dos nervos motores e sensitivos. Os órgãos que recebem informação e a mandam através dos nervos para o encéfalo são chamados de órgãos receptores, enquanto os órgãos que recebem informação e executam o movimento ou a ação que lhes foi dada, são chamados de órgãos efetores. Tem-se como exemplo de órgãos receptores os órgãos do sentido, como visão, audição, olfato, etc. E como exemplo de órgãos efetores tem-se os músculos e as glândulas.


Neurônios

Os neurônios, também conhecidos como célula nervosa, são a unidade básica do Sistema Nervoso. São células responsáveis, fundamentalmente, na condução do impulso nervoso, ou seja, são muito estimuláveis, percebendo variações mínimas que ocorrem no meio em torno de si e reagindo através de uma alteração elétrica chamada de impulso nervoso, a qual percorre sua membrana. Estima-se que o corpo humano tenha em torno de 100 bilhões de neurônios.

Os neurônios fazem conexões entre si, transmitindo uns para os outros os estímulos nervosos que recebem, e isso é chamadas de sinapses, onde há a liberação de mediadores químicos chamados de neurotransmissores, para que essa transmissão de estímulo ocorra. O neurônio normal tem três partes distintas: o corpo celular, os dentritos e o axônio. Os dendritos são inúmeros prolongamentos dos neurônios que tem a função de receber os estímulos nervosos tanto do meio, como de outros neurônios.

O corpo celular é onde se encontra o núcleo dos neurônios, além de citoplasma e organelas para a funcionalidade da célula. Ele recebe as informações que chegam pelos dendritos.

O axônio tem a função de conduzir o impulso nervoso do corpo do neurônio até outro neurônio ou ainda, a um órgão efetor, como músculo ou glândulas. Os axônios são envoltos por uma camada de lipídios chamada de bainha de mielina que tem a função de aumentar a velocidade de condução do impulso nervoso pelo axônio, pois ela “isola” o axônio, impedindo que o impulso vaze.

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Fonte: http://2.bp.blogspot.com

Pode-se comparar a bainha de mielina e o axônio com um fio elétrico encapado. Sem estar encapado, a corrente elétrica passa mais devagar, porque ela é mais perdida ao longo do fio. Agora quando o fio está encapado, a corrente elétrica está restrita a passar ali por dentro somente, por isso passa muito mais rápido e sem perdas. O mesmo vale para o axônio (que no caso seria o fio elétrico) e a bainha de mielina (que seria a capa que recobre o fio). Mas diferente do fio elétrico encapado, essa bainha de mielina não é contínua, ela tem intervalos, chamados de Nódulos de Ranvier, que facilita ainda mais o movimento do impulso nervoso.

É extremamente importante dizer que os neurônios são células que não se multiplicam e ainda estuda-se a capacidade de regeneração deles. Muitos cientistas consideram ainda que eles não se regeneram, Por isso, uma vez danificados, eles perdem sua função irreversivelmente. Mas cada vez mais estuda-se a possibilidade de os neurônios terem sim uma capacidade regenerativa, mínima, mas existente.


Doenças Neurodegenerativas

O termo “neurodegeneração” significa a perda progressiva da estrutura e/ou função do neurônio, ou ainda, a morte do neurônio, o qual é a unidade básica do Sistema Nervoso. Assim sendo, as doenças neurodegenerativas resultam da perda de neurônios gradual e progressivamente, o que leva a uma disfunção do sistema nervoso.

A população em todo o mundo vem envelhecendo cada vez mais, ou seja, a expectativa de vida é cada vez maior em quase todo o planeta. Porém, quanto mais velha fica a população, mais problemas de saúde irão aparecer, desafiando diariamente a Medicina. É neste contexto que aparecem as doenças neurodegenerativas, as quais vêm tomando lugar de destaque nos estudos médicos.

Normalmente, envelhecer já causa a diminuição das sinapses e das funções do sistema nervoso. Ocorre uma queda normal do desenvolvimento cerebral e as células nervosas ficam mais susceptíveis a serem degeneradas. Por isso, muitas das doenças neurodegenerativas ocorrem em pessoas idosas, com mais de 65 anos. Mas vale lembrar que não é só a idade que leva as pessoas a terem essas doenças, mas sim diversos outros fatores como serão vistos a seguir. Porém, envelhecer certamente é um dos grandes fatores de risco para doenças neurodegenerativas.

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Fonte: http://3.bp.blogspot.com

Essas doenças podem ser causadas por degeneração em diversas partes do neurônio, que vão desde problemas na estrutura molecular, em organelas dessas células como as mitocôndrias, até problemas em todo o neurônio, levando a morte do mesmo.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), no mundo todo, mais de mil milhão de pessoas sofrem de problemas neurológicos, os quais vão desde enxaquecas, até epilepsias e, claro, incluem doenças neurodegenerativas. Estima-se que esse número vá aumentar, duplicando-se a cada 20 anos, principalmente nos países desenvolvidos, porque lá a esperança de vida é bem maior. Desta forma, a preocupação com as doenças neurodegenerativas e, principalmente encontrar sua cura, vem aumentando.

As doenças neurodegenerativas causam degeneração em diferentes regiões do Sistema Nervoso, em algumas, por exemplo, ocorre degeneração em uma parte do encéfalo, enquanto em outras é no cerebelo. Assim, os sintomas que cada doença irá apresentar depende principalmente da região do cérebro que ela afeta.

Mas apesar das diferenças nos sintomas, todas doenças apresentam características em comum, das quais a mais importante é a perda do neurônio, seja porque ele perdeu sua função, ou porque ele foi morto. Quando o neurônio sofre danos e acaba por perder sua função, ele tende a morrer e, como se sabe, neurônios não se regeneram nem são substituídos. Por isso a parte que foi afetada do Sistema Nervoso não voltará a funcionar normalmente mais.

Em todas as doenças neurodegenerativas, a destruição dos neurônios é progressiva, ou seja, vai acontecendo continuamente. Em algumas doenças a velocidade dessa destruição ou “neurodegeneração” é lenta, como nas Degenerações Espinocerebelares, enquanto em outras ela é muito rápida, por exemplo na doença de Creutzfeldt-Jakob.

A maior parte das doenças neurodegenerativas é causada por defeitos nos genes, ou seja, mutações genéticas. Isso quer dizer que existe um erro no gene do DNA da pessoa, e esse erro faz com que a doença ocorra. Por serem, na maioria das vezes, genéticas, essas doenças são hereditárias, ocorrendo assim a chance dos pais passarem o gene defeituoso para o filho.

Existem diversos tipos de doenças neurodegenerativas que destroem os neurônios por vários mecanismos. Há aquelas em que ocorre a deposição de placas amilóides no cérebro, que destrói o tecido nervoso que ela cobre, como é o caso do Alzheimer.

Em outras doenças, ocorre a destruição da bainha de mielina dos neurônios, o que é chamado de desmielinização, como é o caso da Esclerose Múltipla e da Leucodistrofia. Nesses casos, com a degradaçãoda bainha de mielina, a condução de sinais pelo nervo é danificada ou ainda perdida, fazendo com que o nervo “morra”.

Também há aquelas em que ocorre a invasão do encéfalo por uma substância estranha, como é o caso da doença de Creutzfeldt-Jakob que é ocasionada por uma proteína chamada de príon.

Hoje em dia, já se conhece diversos fatores de risco que podem vir a causar doenças neurodegenerativas, tanto por destruição das células neurais, como por diminuição das sinapses e morte neural. Esses fatores incluem fatores genéticos e idade, além de gênero, condições do organismo da pessoa, estresse oxidativo, cigarro, álcool, drogas, câncer, deficiência de Vitaminas, exposição química, doenças auto-imunes, dentre outros. Por isso que essas doenças são consideradas multifatoriais.

Como nas doenças neurodegenerativas os neurônios são destruídos, não existe ainda cura, pois essas células não se regeneram nem podem ser substituídas. A ciência ainda não encontrou uma maneira de reconstituir o tecido nervoso quando ele é lesado. Por isso o tratamento dessas doenças é feito com remédios e outros procedimentos como fisioterapia, que impeçam a destruição dos neurônios afetados, retardando assim, o avanço da doença.

As principais doenças neurodegenerativas são:


Esclerose Múltipla

A doença neurodegenerativa Esclerose Múltipla é também uma doença auto-imune, onde o próprio corpo ataca suas células, pois as enxerga como se fossem corpos estranhos, e com isso causa diversos danos. Nessa doença a bainha de mielina dos neurônios é destruída, e os sintomas que a pessoa apresenta são vários, como: fraqueza, descordenação dos movimentos do corpo, dores e rigidez nas articulações, dificuldade de pronunciar palavras, dentre outras. Para saber mais sobre esclerose múltipla, acesse o link Esclerose Múltipla.


Doença de Alzheimer

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Fonte: http://www.sabetudo.net

Alzheimer é uma das mais conhecidas doenças neurodegenerativas e é a mais comum das demências. É uma doença letal e afeta principalmente idosos, sendo o sintoma principal, a perda de memória.

Diversas pessoas conhecidas tiveram ou têm esta doença, dentre elas o ex-presidente americano Ronald Regan, Rita Hayworth, Winston Churchill, Charles Bronson. Para saber mais sobre essa doença acesse o link Doença de Alzheimer.


Doença de Parkinson

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Fonte: http://areadegenerativasprojecto.blogspot.com/

A Doença de Parkinson também pode ser chamada de Mal de Parkinson e ela é uma doença neurodegenerativa onde ocorre uma perda progressiva de movimentos porque os neurônios vão perdendo suas funções, principalmente em um local chamado Gânglios da Base no encéfalo. Ela é mais comum em pessoas idosas, mas pode aparecer em pessoas jovens.

Diversos famosos apresentam a doença, como o boxeador Muhammad Ali e o ator Michael J. Fox. Para saber mais sobre a Doença de Parkinson, acesse o link DOENÇA DE PARKINSON.


Depressão Nervosa

A Depressão Nervosa também é conhecida como Transtorno Depressivo Maior e caracteriza-se por: mau-humor persistente, tristeza, angústia, uma sensação de um vazio interno, diminuição da capacidade de sentir prazer, de se sentir feliz. É uma doença neurológica, considerara como neurodegenerativa, havendo tratamento.

Existem diversas causas, dentre elas causas genéticas, ambientais, comportamentais, dentre outras. Por isso ela é classificada como uma doença neurodegenerativa multifatorial, ou seja, vários fatores unidos levam a ela, como a pessoa ter o gene para a doença, estresse, drogas, bebidas, alimentação, dentre outras. Estima-se que 16% de todas as pessoas no mundo já tiveram depressão nervosa. Para saber mais sobre depressão, acesse o link Depressão.


Doença de Huntington

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Fonte: http://www.sistemanervoso.com

Também chamada de Coreia de Huntington, a Doença de Huntington é uma doença neurodegenerativa hereditária, autossômica dominante, ou seja, o filho de uma pessoa afetada tem 50% de chancer de ter a doença. Ela é rara, atingindo 3 a 7 pessoas a cada 100.000. A Doença de Huntington ficou muito conhecida com a série americana House M.D., na qual um dos personagens, a médica conhecida popularmente por “Thirteen” (Olivia Wilde) tinha a doença.

Os sintomas dessa doença são movimentos anormais do corpo e falta de coordenação progressivamente, além de afetar algumas habilidades mentais e a personalidade da pessoa. Não tem cura, mas existe tratamento para aliviar um pouco os sintomas, entretanto é uma doença grave e fatal.

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Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov

Na doença de Huntington, o sistema nervoso central é degenerado e por isso ocorrem esses movimentos involuntários rápidos e bruscos, principalmente do rosto, das pernas e dos braços. Os pacientes acometidos pela doença têm os neurônios de uma parte do cérebro destruídos. Essa parte do cérebro é chamada de núcleo estriado e é nela que é produzido o neurotransmissor GABA. A diminuição da liberação do GABA no sistema nervoso causa o aparecimento dos movimentos involuntários irregulares e a demência mental progressiva.

A doença de Huntington se manifesta em torno dos 35 a 50 anos de idade e se desenvolve lentamente. Em 10 a 15 anos a pessoa morre. Essa doença atinge mais homens do que mulheres, mas essa diferença é mínima, além disso, ela é mais observada em europeus.



Doença de Creutzfeldt-Jakob

A doença de Creutzfeldt-Jakob também chamada de encefalopatia espongiforme é uma doença neurodegenerativa ocasionada por uma pequena proteína chamada de príon. Esse príon é transmitido para a pessoa e vai para a massa cerebral onde multiplica-se rapidamente e causa morte dos neurônios, destruindo o cérebro e deixando ele com a aparência esponjosa. A pessoa acometida morre em poucos meses.

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Fonte: http://top-10-list.org

É uma doença rara, atingindo em média 1 pessoa a cada 1 milhão de pessoas e ela causa demência rápida e progressivamente. Além disso, ocorre também perda da memória, dificuldades de caminhar, contrações involuntárias dos músculos, tremores, postura rígida e ataques epiléticos, aparecendo também paralisia facial (que dá a impressão de que a pessoa está sorrindo o tempo todo). Sendo assim, as duas manifestações consideradas as mais marcantes da doença são mioclonia (movimento involuntário dos músculos) e demência.


Degeneração Espinocerebelar

A degeneração espinocerebelar é uma doença neurodegenerativa onde o cerebelo, responsável pelo equilíbrio, postura e tônus muscular, é lesado, além de haver degeneração também no tronco encefálico e na medula. Nessa doença o cérebro do paciente mantém-se intacto, com a consciência e capacidade cognitiva normais.

É uma doença hereditária rara, que atinge 5 pessoas a cada 100.000 pessoas e ela se manifesta em média após a meia idade normalmente. Nela, os neurônios do cerebelo, do tronco encefálico e da medula são destruídos lentamente, por isso os sintomas aparecem lentamente. Mas vale repetir que o cérebro mantém sua capacidade de pensar normal. Por isso, as pessoas com essa doença vêem seu corpo perdendo as funções motoras e isso leva muitos pacientes a entrarem em depressão profunda.

Os sintomas da degeneração espinocerebelar são dificuldade e perdas de movimento que vai piorando com o tempo, falta de coordenação motora, com falha na velocidade da realização do movimento, além de falha no alcance e direção dos movimento. Também ocorrem dificuldades de falar, falta de equilíbrio, visão dupla, rigidez dos músculos, dificuldade de deglutir, câimbras, formigamento nos pés, dentre outros.

Esses sintomas vão progredindo aos poucos, mas cada vez mais a pessoa vai perdendo as funções musculares e por isso no final da vida a pessoa está normalmente de cama, sem consegui se movimentar ou falar, mas pensa normalmente. Pela falta de equilíbrio e dificuldade de caminhar e falar, as pessoas que apresentam essa doença sofrem muito preconceito, pois muitos acham que estão bêbados. Ela não tem cura, mas pode-se tratar os sintomas e fazer com que ela progrida mais devagar utilizando-se medicamento e fisioterapia.

Existem diversos tipos de Degenerações Espinocerebelares como, por exemplo, a Doença de Machado-Joseph e a Ataxia de Friedreich, dentre diversas outras.


Esclerose Lateral Amiotrófica

A esclerose lateral amiotrófica, também conhecida por ELA, é uma doença neurodegenerativa em que ocorre a degeneração de neurônios motores nos nervos raquidianos e cranianos. Esses nervos raquidianos saem da medula espinhal e vão para todo o corpo, inervando os músculos. Os nervos cranianos saem do cérebro e do tronco cerebral e dão a inervação do rosto, pescoço e do tronco.

Nessa doença ocorre o endurecimento da área degenerada (por isso o nome “esclerose”, que significa endurecimento), danos nos cornos laterais da medula onde estão os nervos e atrofia dos músculos (que é chamado de amiotrofia), já que eles não são inervados. Os músculos precisam de inervação para receberem nutrição e poderem ter função, ou seja, produzir movimento. Ao serem degenerados, como na ELA, ocorre a atrofia que é vista por perda de massa de músculo e dificuldade progressiva de movimentar-se.

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Fonte: http://2.bp.blogspot.com/

Por isso os pacientes que sofrem dessa doença têm dificuldades de se movimentação, de falar, caminhar, comer, inclusive até de ficar de pé. Mas diferentemente de outras doenças neurodegenerativas, as capacidades cognitivas estão intactas, ou seja, a pessoa é totalmente consciente. A ELA não tem cura e mata, porque os pacientes tem falência respiratória, ou seja, param de respirar porque os nervos dos músculos da respiração atrofiam.

A Esclerose Lateral Amiotrófica ficou bem conhecida por causa de um dos grandes gênios da atualidade, o físico e cosmólogo inglês Stephen Hawking, o qual apresenta a doença.



Existem diversas outras doenças neurodegenerativas, algumas conhecidas como o glaucoma, doença de Tay-Sachs, etc, e outras ainda a serem descobertas. Por serem doenças em que o neurônio é destruído ou perde sua função ainda não há cura. Entretanto, cada vez mais a Medicina vem concentrando-se em descobrir as causas dessas doenças e, principalmente, tentando encontrar a cura.


Links Relacionados

1. http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/investigadores-da-universidade-de-coimbra-acreditam-que-cafe-pode-prevenir-doencas-neurodegenerativas_1232559

2. http://www.brainvisa.info/

3. http://www.pediatriadiadia.com.br/joomla/index.php/opniao/38-vitamina-d-solucao-para-doencas-autoimunitarias-e-neurodegenerativas-.html

4. http://www.thefreelibrary.com/Neurodegenerative+diseases:+an+overview+of+environmental+risk+factors-a0137351379

5. http://sigarra.up.pt/ffup/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=2302

6. http://www.parkinsonsinstitute.org

7. http://www.ivdn.ufrj.br/kb_ivdn_v01_00_index.htm

8. http://crnd.med.utoronto.ca/index.php?option=com_content&task=view&id=44&Itemid=75

9. http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=29048&op=all



Referências Bibliográficas

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GRAEFF, Frederico Guilherme; BRANDÃO, Marcus Lira (Editor). . Neurobiologia das doenças mentais. 3. ed. São Paulo: Lemos, 1996. 188 p.

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia orientada para a clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabra Koogan, 2007.

Instituto Virtual de Doenças Neurodegenerativas do Estado do Rio de Janeiro. Doença de Huntington. Disponível em <http://www.ivdn.ufrj.br/kb_ivdn_v01_03_Doencas_11_huntington_01.htm> Acesso em: 24 nov. 2010.

Cienciapt.net. Portugal.Problemas Neurológicos. Disponível em: < http://www.cienciapt.net/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=99720&Itemid=337> Acesso em: 24 nov. 2010.

Instituto Virtual de Doenças Neurodegenerativas do Estado do Rio de Janeiro. Esclerose Múltipla. Disponível em <http://www.ivdn.ufrj.br/kb_ivdn_v01_03_Doencas_03_diagnostico_01.htm> Acesso em: 24 nov. 2010.

The Medical News. Neurodegeneration in Alzheimer's and Parkinson's. Disponível em < http://www.news-medical.net/health/Neurodegeneration-in-Alzheimers-and-Parkinsons.aspx> Acesso em: 26 nov. 2010.

Revista Paraense de Medicina. Lesão da Substância Branca e Doenças Neurodegenerativas. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-59072006000400008&lng=pt&nrm=iso> Acesso em: 27 nov. 2010.

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