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Autora: Debora de Fatima Bolz Arruda

Colaboradores: Thalita Mayra Pereira da Costa e Vinicius Augusto Troian Schoepping


O que é a Esclerose Múltipla?

Denomina-se Esclerose pelo fato de, em resultado da doença, se formar um tecido parecido com uma cicatriz, que endurece, formando uma placa em algumas áreas do cérebro e médula espinhal.

Denomina-se Múltipla, porque várias áreas dispersas do cérebro e médula espinhal são afetadas.

É desmielinizante porque há caracteristicamente lesão das bainhas de mielina, que é uma substância que envolve o axônio (prolongamento mais longo do neurônio), a mielina pode ser comparada por exemplo ao isolamento de um fio elétrico. Essa estrutura é importante, pois garante velocidade e precisão na transmissão dos impulsos nervosos. Caso haja então um bloqueio ou demora na passagem dos impulsos nervosos, nossas sensações, sentimentos, pensamentos, respostas motoras e emocionais, a aprendizagem e a memória são afetadas.

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Fonte: http://www.einstein.br

Então pode-se dizer que a desmielinização é a causa base para pessoas com esclerose múltipla, pois essa é uma doença desmielinizante que acomete o sistema nervoso central tem ferido a sociedade por tornar incapazes adultos jovens potencialmente produtivos. É a doença mais comum dos adultos jovens, o pico de início da doença situa-se entre 15 e 60 anos de idade, as mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens e também é mais comum em indivíduos de pele branca. As incapacidades resultam da evolução dessa doença que, quando não se tem conhecimento, se desenvolvem muitas incertezas e apreensão quanto à evolução, apesar de ser uma doença sistematizada e estabelecida segundo critérios bem específicos.


Como Adquire-se a Esclerose Múltipla?

Embora se saiba muito sobre os mecanismos envolvidos no processo da esclerose múltipla, sua causa permanece de difícil compreensão. A teoria mais aceita é a de que ela resulta de ataques ao sistema nervoso central pelo próprio sistema imunológico do organismo, ou seja, nosso sistema de defesa que nos protege contra microorganismos indesejados ataca nosso organismo e destrói estruturas que não deveria destruir, isso pode ser desencadeado por algum vírus ou algum antígeno desconhecido.

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Fonte: http://cienciaevida.atarde.com.br

Também segundo estudos realizados, a incidência de esclerose múltipla é mais elevada entre os parentes de primeiro grau dos portadores da patologia do que no restante da população. Foi constatada, por meio de diversos estudos genéticos, a associação existente entre esclerose múltipla e a região dos antígenos leucocitários humanos que se situa no cromossomo identificado como 6p21. Portanto a Esclerose Múltipla parece estar associado ao fator genético, pois a presença dela em uma família e a possibilidade de ela repetir-se em outros membros dessa mesma família é extremamente alta e por essa manifestação genética as vezes só ocorrer em um ambiente favorável. Há também o fator ligado a alguns vírus de células, mas precisamente de células chamadas de T.


Porque e Como Cada Sintoma da Esclerose Múltipla Acontece?

O início da esclerose múltipla pode ser insidioso ou abrupto, e os sintomas podem ir desde algo que possa ser ignorado por meses ou anos até sintomas bastante graves. De um modo geral, os sintomas incluem fraqueza ou diminuição de destreza em um ou mais membros, alterações ao caminhar, neurite óptica, anormalidades sensoriais, diplopia, ataxia, além do outros sintomas menos frequentes, como vertigem, impotência, mioquimia e disfunção vesical.

À princípio, os sintomas relacionados à fraqueza ou à instabilidade dos membros parece ser percebida somente após esforço físico.

A neurite óptica, por sua vez, reflete-se na diminuição para enxergar, por causa de uma inflamação do nervo óptico – o nervo que transmite luz e imagens visuais da retina para o cérebro, causando então uma perda da percepção das cores. Estas lesões podem ser leves ou progredir para perda visual grave.

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Fonte: http://neuroimagen.blogspot.com/

O borramento visual na esclerose múltipla pode ocorrer em razão da neurite óptica ou da diplopia que é ver duas imagens a partir de um único objeto. Outras alterações comuns do olhar na esclerose múltipla incluem paralisia ao olhar horizontalmente.

As parestesias e/ou hipoestesias são os sintomas sensoriais mais comumente encontrados. Podem haver relatos de sensação de parte do corpo encontrar-se molhada, nua ou enrolada forçosamente. Os sintomas sensoriais geralmente têm início numa área focal de um membro, no tronco ou na cabeça e se propagam para outras áreas do corpo dentro de várias horas.

As alterações para caminhar e dos membros ocorre em razão da desmielinização no cerebelo e vias cerebelares. Além disso, pode haver perturbações da bexiga, prisão de ventre, ou incontinência fecal, mas pouco frequentemente ocorre.

Já nos estágios iniciais da esclerose múltipla, observa-se dificuldade para realizar as atividades cotidianas em até 20% dos pacientes. Estas dificuldades incluem perda da memória, processamento lento de informações, desatenção e dificuldades na solução de problemas.

Com a progressão da doença, cerca de 60% dos pacientes evoluem com quadro de depressão, ao que se deve prestar grande atenção, pois estudos controle revelam que o suicídio é 7,5 vezes mais comum entre portadores de esclerose múltipla. A grande maioria dos indivíduos com esclerose múltipla apresenta fadiga, que tende a ser máxima no meio da tarde ou contínua o dia todo.

Algo que é extremamente importante e altamente sugestiva de esclerose múltipla é o aparecimento de novos sintomas ou piora dos sintomas já existentes por exposição ao calor (como por exemplo, após atividade física ou durante banho com água quente, ter febre).


Como Saber se é Portador da Doença e Como Tratá-la?

Não existe um exame definitivo único. São necessários as informações da anamnese e o preenchimento de critérios clínicos padronizados para saber se a pessoa possui esclerose múltipla. São exigidos dois ou mais sintomas. Estes sintomas devem ser distintos, prolongados por mais de um dia, e pelo menos um dos dois sintomas devem estar presentes no exame neurológico, atentando para que se observe em intervalo mínimo de 28 dias.

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Fonte: http://drantonioguimaraes.site.med.br

Então existem três tipos de amostras que podem ser utilizadas para confirmar se a pessoa é portadora da esclerose múltipla: o líquor (Líquido Cefalorraquidiano), a urina, e o sangue. Mas ainda não existe um exame 100% especifíco, pois se trata de uma doença de difícil identificação.

Para realizar o tratamento da esclerose múltipla não há um que universalmente eficiente. O tratamento será realizado de acordo com as apresentações. Utiliza-se principalmente medicamentos da classe de corticoesteróides e analgésicos. Também pode-se fazer fisioterapia e exercícios físicos que ajudam a preservar a função motora.


Referências Bibliográficas

1. Imunologia Médica – Tristram G. Parslow, Daniel P. Stites, Abba I. Terr e John B. Imboden; 10º Ed – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004

2. Imunologia Celular e Molecular – Abul K. Abbas, Andrew H. Lichtman e Shiv Pillai; 6º Ed – Rio de Janeiro: Elsvier, 2008

3. Harrison's Principles of Internal Medicine - Braunwald, Eugene; Fauci, Anthony. s; Kasper,Dennis.L; Hauser,Stephen.L; Longo,Dan.L; Jameson, J.Larr; 15º Ed - Rio de Janeiro: McGraw Hill Internamericana do Brasil, 2002


Links Relacionados

1. http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/oftalmoplegia_internuclear.htm

2. http://www.abem.org.br

3. http://library.med.utah.edu/kw/ms/index.html

4. http://esclerosemultipla.wordpress.com

5. http://www.richet.com.br/publique/media/InformeRichet_numero3-print.pdf

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