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Editora: Jéssica de Andrade

Colaboradoras: Camila Smekatz Simão, Daniela Nos, Janaira lunkes

Introdução

Esquistossomose 1

Fonte: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/vigiamb/vetores/Esquistossomose/material_educativo_Esquistossomose.pdf


A esquistossomose, também conhecida como “Barriga d’água”, “Xistose” ou Doença do “Caramujo”, é uma doença parasitária cuja ocorrência está ligada à presença dos moluscos transmissores. Acredita-se que 779 milhões de pessoas estão sob o risco de infecção e 207 milhões estão infectadas pelo verme S. mansoni no mundo.

Está presente em áreas tropicais, em especial nos países da África e América. Atualmente, está detectada em todas as regiões do Brasil; sendo os estados das regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste os mais afetados. A doença atinge entre 2,5 a 6 milhões de indivíduos no País, sendo que 25 milhões de pessoas vivem em área de risco.

É universal a suscetibilidade humana ao verme, ainda que possa ter variações individuais. Qualquer pessoa, independente de sexo, idade, etnia que entre em contato com as larvas, pode contrair a infecção.

Com vista de ser um problema de saúde pública, nota-se a necessidade de diminuir a ocorrência de óbitos e formas graves da doença e, com isso, reduzir a prevalência da infecção e o risco de expansão geográfica da doença. 

Esquistossomose 2

Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual_esquistissomose_mansonica.pdf
















Características gerais

Esquistossomose 3

Fonte: http://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/1942.htm

A esquistossomose tem como agente etiológico o verme trematódeo Schistossoma mansoni, o qual vive na corrente sanguínea do hospedeiro definitivo em sua fase adulta, e tem como hospedeiro intermediário o molusco do gênero Biomphalaria glabrata. 

São vermes digenéticos, delgados, de cor branca, sexos separados, onde a fêmea adulta encontra-se alojada em uma fenda do corpo do macho (canal ginecóforo).





Reservatório

Estão envolvidos, no ciclo da doença, dois hospedeiros, o definitivo e o intermediário. 

O hospedeiro definitivo é o homem o qual possui a forma adulta do parasita, este se reproduz de forma sexuada e também pela eliminação dos ovos do verme pelas fezes para o meio ambiente, contaminando a água. 

Já o hospedeiro intermediário são caramujos aquáticos os quais possibilitam a reprodução assexuada do helminto. As espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila estão envolvidas na disseminação da esquistossomose no Brasil. 

Esquistossomose 4

Fonte: http://www.dicasdesaude.info/doencas/esquistossomose















Como é transmitida a doença?

A infecção ocorre a partir do contato com água contaminada por cercarias(larvas do verme S. mansoni) em banhos, pesca e lavagem de roupa. Ambientes de água doce parada, com presença de caramujos infectados pelo Schistossoma mansoni são locais onde o indivíduo adquire a esquistossomose.

Esquistossomose 5

Fonte: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/vigiamb/vetores/Esquistossomose/material_educativo_Esquistossomose.pdf

No momento em que a larva penetra na pele é que o homem se infecta. Depois de ocorrer a infecção, a cercária desenvolve-se para a forma de esquistossômulo o qual migra até atingir o coração e em seguida os pulmões. Quando os esquistossômulos chegam aos vasos sanguíneos do fígado, evoluem para a forma adulta, e, a partir disso, ocorre a cópula, seguida de oviposição.  Ao chegarem ao ambiente aquático, os ovos eclodem e ocorre a liberação do miracídio(forma ativa infectante do caramujo).O miracídio se locomove até o molusco, caso contrário, não sobrevive. Depois da penetração desses embriões no caramujo, ocorrem alterações morfológicas as quais originarão as larvas cercárias.

A contaminação dos caramujos ocorre na água onde são despejados esgotos e, também, quando fezes de pessoas contaminadas são feitas próximo a rios ou represas, por exemplo.

Qual é o período em que pode ser transmitida?

A partir de cinco semanas depois da infecção e num período de seis a dez anos, podendo chegar até mais de vinte anos no homem infectado. Já os caramujos, começam a eliminar as larvas depois de quatro a sete semanas da infecção pelos embriões. Os moluscos contaminados eliminam as larvas por toda a vida(cerca de um ano).

Vale lembrar que o período de incubação do S. mansoni no homem é de um a dois meses após a infecção.

Quais os sintomas da doença?

Dependendo da intensidade da infecção, muitas pessoas podem não apresentar sintomas. Os sintomas variam de acordo com o estágio do desenvolvimento do verme no hospedeiro. No início pode ocorrer coceira, vermelhidão na pele, náusea, vômito, sensação permanente de estômago cheio, fraqueza, diarréia, prisão de ventre, tontura. No entanto, se a pessoa apresenta-se assintomática inicialmente, a doença evolui e o doente pode ter como sintomas: vômito com sangue, aumento do fígado e baço, varizes dentro do esôfago, paralisia e fezes pretas com sangue. 

Como é diagnosticada?

Há dois tipos de métodos laboratoriais: diretos e indiretos. Os diretos detectam o parasita, suas partes, ovos e pedaços de célula. Os mais frequentes são os exames de fezes, biopsia retal, pesquisa de antígenos circulantes e reação de polimerase em cadeia (PCR).  Os métodos indiretos são dependentes de marcadores imunológicos e bioquímicos que estão ligados à infecção: exames ultrassonográficos e testes imunológicos de reação sorológica ou intradérmica. 

Como tratar?

Existem dois medicamentos para crianças e adultos para a cura da infecção: praziquantel e oxaminiquina. O praziquantel em comprimidos é administrado por via oral. Predominam diarréia e dor abdominal como reações adversas. A oxamniquina existe em cápsulas e solução para uso pediátrico. São observadas náuseas, tonturas e reações urticariformes como reações adversas mais comuns.  

O que pode ser feito para controlar a doença?

Controle dos caramujos: a partir da pesquisa de coleções hídricas para determinação do seu potencial de transmissão; medidas de saneamento ambiental, com vista a dificultar a proliferação dos moluscos, e, sobretudo, não permitir que pessoas infectadas contaminem as águas com ovos de S. mansoni; tratamento químico de criadouros de importância epidemiológica; controle biológico dos moluscos com espécies competidoras. 

Educação em saúde:é necessário orientar a população, explicando como se previne as doenças transmissíveis. Pode ser realizada pelos agentes de saúde e por profissionais das unidades básicas, é direcionada à população em geral, em especial aos escolares residentes em áreas de risco. 


Quais estratégias para evitar a doença?

Controlar as pessoas infectadas: identificar e tratar os doentes para evitar as formas graves da doença e a contaminação de outras pessoas.

Saneamento ambiental: por meio de aterro de coleções hídricas, remoção da vegetação flutuante, abastecimento de água para consumo, esgotamento sanitário, melhoria de infraestrutura sanitária, instalações sanitárias e hídricas domiciliares.

Agora que aprendeu tudo sobre a doença, o que você pode fazer para evitá-la?

Não evacue próximo a rio, represa ou lagoa; utilize banheiros com rede de esgoto; não entre em contato com água contaminada com o parasita.

Esquistossomose 6

Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/Esquistossomose.php










Referências Bibliográficas

MELO A.G.S. Epidemiologia da esquistossomose e conhecimento da população em área periurbana de Sergipe. Universidade de Tiradentes-UNIT. Acaraju, 2011. Disponível em:<http://ww3.unit.br/mestrados/saude_ambiente/wp-content/uploads/2012/04/2011_Andrea_Gomes_Santana_de_Melo.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2012.

RIBEIRO P.J. et al. Programa educativo em esquistossomose: modelo de abordagem metodológica. Revista Saúde Pública. São Paulo. v.38 n.3. 2004. 

BRASÍLIA. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias. V.8. 2010. Disponível em:<http://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/1754/esquistossomose_mansonica.htm>. Acesso em: 11 nov. 2012.

PARANÁ. Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Esquistossomose. Disponível em: < http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/vigiamb/vetores/Esquistossomose/material_educativo_Esquistossomose.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2012.

MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica: Esquistossomose mansônica. Caderno 10. Disponível em:< http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual_esquistissomose_mansonica.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2012.

Links Relacionados

Vacina contra esquistossomose pode sair em 4 anos, diz médica brasileira.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/06/vacina-contra-esquistossomose-pode-sair-em-4-anos-diz-medica-brasileira.html

Como entender o exame parasitológico de fezes (EPF). http://diariodebiologia.com/2010/02/como-decifrar-o-exame-parasitologico-de-fezes-epf/

Trematódeos. http://www.geocities.ws/fernanda_malagutti/Parasito/apostilaII.pdf

Dr. Dráuzio Varella - Esquistossomose. http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/esquistossomose/

Esquistossomose. http://www.saudemedicina.com/esquistossomose-sintomas-e-causas/

Vacina nacional contra Esquistossomose ou Barriga d’água ataca parasitas. http://www.not1.xpg.com.br/vacina-nacional-contra-esquistossomose-ou-barriga-daguaataca-parasitas/

Vídeo

Esquistossomose – Parasitoses – Prof Paulo Jubilut. http://www.youtube.com/watch?v=B1Cxx8RFw1M

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