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Editora: Julia Teuber Furtado

Colaboradoras: Patrícia Krammel e Danieli Diovana Dadan


O que é Doença de Alzheimer?

A Doença de Alzheimer (DA) leva o nome do médico e professor Alois Alzheimer, que

Figura 01

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_nIKjMEB8DsU/SntdnAJkwjI/AAAAAAAAGhw/HRqNB3wYFRs/s400/alois.jpg

descreveu, em 1907, na Alemanha, o cérebro de uma mulher de 56 anos de idade, que apresentava alguns sintomas da doença.

A DA é a forma mais comum de demência, dentre as várias existentes. A demência é o comprometimento das funções coordenadas pelo cérebro, afetando a memória, a linguagem, as funções visuais, a personalidade e outras capacidades cognitivas (como o raciocínio e o julgamento, por exemplo).

Ter a doença de Alzheimer não faz parte do envelhecimento normal. Trata-se de uma doença degenerativa, que causa a destruição das células cerebrais, levando a um estado de perda das habilidades intelectuais, que pode interferir no dia-a-dia da pessoa com a doença, impondo um fardo emocional para os pacientes, para os familiares e para os amigos.

Atinge tanto homens quanto mulheres, e pode ocorrer em qualquer década da idade adulta. Apresenta-se em duas formas diferentes, de acordo com a idade em que os sintomas aparecem:

forma senil: é assim chamada quando acomete pessoas com 60 anos ou mais;

forma pré-senil: quando ocorre em indivíduos com idade entre 40 e 60 anos.

A forma senil da doença de Alzheimer é a forma de ocorrência mais comum. Além disso, apresenta uma evolução mais lenta, onde a perda das capacidades mentais acontece aos poucos e por um período mais prolongado.

Por isso, quando os sintomas têm início após os 60 anos de idade, a DA pode ser considerada uma doença crônica de comprometimento progressivo. Acrescente-se ainda que a prevalência da doença aumenta com a idade. Ou seja, a DA atinge cerca de 1,5% dos idosos com idades entre 60 e 65 anos. Ao passo que este percentual se eleva para 45% na população com 90 anos ou mais.

Por outro lado, a forma pré-senil tem uma evolução mais agressiva e mais rápida, fazendo com que o cérebro tenha suas funções comprometidas em um período de tempo mais curto.

Fig

Fonte: http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1012

O aumento da expectativa de vida das pessoas trouxe consigo o aumento da população idosa. E com o envelhecimento da população veio também as doenças. Por isso, o número de cidadãos com a doença de Alzheimer aumentou tanto nos últimos anos. Calcula-se que hoje existem, aproximadamente, um milhão e 200 mil pacientes com DA somente no Brasil. No mundo esta doença acomete cerca de 25 milhões de pessoas.

Quais são os fatores de risco que podem causar a doença de Alzheimer?

Vários são os estudos que tentam descobrir os fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Até então, a idade avançada é o fator mais aceito. Isto se deve ao fato de pesquisas demonstrarem maior número de casos da doença em pessoas de idade mais avançada.

Figura 04

Fonte: http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1013

Quanto ao sexo, os estudos demonstram que a DA atinge mais as mulheres do que os homens. Mas vale lembrar que, de um modo geral, a expectativa de vida das mulheres é maior que a dos homens.

Além disso, histórico de DA na família também pode ser considerado um fator que predispõe um indivíduo à doença. Este fato não é confirmado. Mas acredita-se que está relacionado às manifestações precoces (entre 40 e 60 anos de idade) de doença de Alzheimer.

A doença de Alzheimer pode ser hereditária?

Apesar de serem raros os casos (apenas 5% do total), a doença de Alzheimer pode sim ter uma característica de transmissão hereditária. Uma história de DA na família pode sugerir transmissão genética da doença. Já foram identificados, pelo menos, quatro genes que podem estar envolvidos no desencadeamento da doença de Alzheimer. Genes localizados nos cromossomos 21, 19, 14 e 1, por exemplo, que sofram algum tipo de mutação, podem codificar de forma diferente uma proteína, que então exercerá uma função anormal ou inadequada no organismo.

Figura 02

Fonte: http://alpb.codata.pb.gov.br/portal/uploads/20080615190852.jpg

Um exemplo é o gene da proteína precursora amilóide (também chamada de PPA). Se este gene sofre uma mutação, pode causar então acúmulo de amilóide β (que é um fragmento da PPA) por entre as células nervosas, formando as chamadas “placas”. O amilóide β também pode ser encontrado em excesso em pequenos vasos cerebrais (arteríolas), causando a angiopatia amilóide.

Outro gene possivelmente associado ao desenvolvimento da doença de Alzheimer é o gene da apoproteína E (Apo E). Seu alelo ɛ4 pode aumentar o risco de ocorrer DA. Não se sabe ao certo como, mas nestas condições, a Apo E é capaz de se ligar à uma outra proteína, conhecida como “tau”, e formar fibras retorcidas chamadas de “enovelados”. Vale lembrar que muitas pessoas com este padrão genético podem nunca desenvolver a DA. Portanto apresentar o alelo ɛ4 não é considerado fator de risco para a doença de Alzheimer

Tanto as placas como os enovelados são estruturas encontradas no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer. E estas estruturas podem estar envolvidas na lesão e na morte das células cerebrais.

Como a doença de Alzheimer acontece?

Na doença de Alzheimer existe morte e lesão dos neurônios (ou células nervosas), que são as células que formam o cérebro. Isto acontece, possivelmente, por acúmulo de determinadas substâncias (que podem ser as placas e os enovelados) no sistema nervoso central. Esta perda de células nervosas geralmente ocorre de maneira progressiva, não acontecendo inicialmente em todo o tecido cerebral.

Fig

Fonte: http://alhumairoh.files.wordpress.com/2008/12/alzheimers-disease.jpg

Entretanto, além disso, há também diminuição de secreção de neurotransmissores, que são substâncias secretadas por neurônios com a função de passar a informação de um neurônio para o outro. Um destes neurotransmissores é a acetilcolina.

Uma característica importante na identificação da doença de Alzheimer é a atrofia, lenta e progressiva na maioria das vezes, de tecido cerebral. Ou seja, há diminuição da massa encefálica. E por causa de todas essas alterações há as manifestações clínicas que permitem ao médico suspeitar de DA.

No início, há perda de memória. Mas esta perda pode não ser percebida pela pessoa com DA ou por familiares e amigos, pois pode ser atribuída a um “esquecimento” rotineiro.

A memória mais afetada é a memória recente, responsável por guardar informações do que se viveu ou do que se aprendeu há menos tempo. Geralmente, a memória antiga é preservada e, por isso, o paciente se lembra de acontecimentos e fatos do passado.

Aos poucos, o paciente começa a ter diminuição da capacidade intelectual, onde a pessoa pode se sentir desorientada,

Figura 03

Fonte: http://alpb.codata.pb.gov.br/portal/uploads/20080615190852.jpg

pode se confundir quanto ao lugar em que está e pode trocar datas. Nesta fase da doença o paciente pode, também, apresentar um quadro de depressão. Mas, é importante dizer que a demência causada pela DA, nesta fase, deve ser distinguida da demência psiquiátrica (que provém de outras causas que não a doença de Alzheimer).

Ainda nas fases iniciais, a pessoa pode ter alterações na linguagem, com dificuldades para encontrar palavras, dificuldade para comunicar-se com outras pessoas.

Com o avanço da doença, o paciente passa a ter alterações de comportamento, podendo ter alucinações visuais e auditivas, além de idéias de perseguição. Neste período, o paciente pode acusar o cônjugue de infidelidade, por exemplo.

Com o passar dos anos, a perda de massa encefálica torna-se cada vez mais grave, e causa o aparecimento de sintomas ainda piores. A perda da memória torna-se maior e isso não o ajuda a identificar pessoas próximas, o paciente passa a não ter controle sobre a hora de urinar, passa a ter dificuldade para se vestir, para comer, enfim, para cuidar de si.

Quais os sintomas do paciente?

É possível resumir os sintomas em três estágios diferentes da doença de Alzheimer:

Leve: há confusões, perda de memória, confusão de lugar, dificuldades para cumprir tarefas do dia-a-dia;

Moderado: dificuldade para tomar banho, para vestir-se e alimentar-se, ansiedade, delírios e alucinações, dificuldade de reconhecer e lembrar de amigos e familiares, agitação e, por isso, alteração no sono e humor;

Grave: diminuição do vocabulário, diminuição do apetite, passa a não conseguir controlar a hora de urinar e evacuar.

Nesta fase, o paciente de DA torna-se muito dependente de um cuidador.

Vale lembrar que o diagnóstico diferencial é essencial a partir do momento em que a pessoa começa a apresentar as alterações na memória.

Referências Bibliográficas:

1. CECIL, Russell L. Tratado de Medicina Interna, vol.2, p. 2630-2640. 23ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

2. LIEB, Ana Paula. Alzheimer - doença degenerativa que mais cresce no mundo. Revista Anfarmag, São Paulo , vol.10, n. 52 , p. 45-46, dez./2004.

3. CAOVILLA, Vera Pedrosa; CANINEU, Paulo Renato. Você não está sozinho. São Paulo: ABRAZ, 2002.

Links relacionados:

Interessou-se pelo assunto? Então leia mais sobre a doença de Alzheimer. Acesse:


Mal de Alzheimer - Informação e Solidariedade disponível em: http://www.alzheimermed.com.br/


DoençadeAlzheimer.com.br disponível em: http://www.doencadealzheimer.com.br/index.php?modulo=home


ABRAz - Associação Brasileira de Alzheimer disponível em: http://www.abraz.com.br/


Mal de Alzheimer - informações e depoimentos sobre a doença de Alzheimer disponível em: http://www.maldealzheimer.com/


Alzheimer disponível em: http://www.brasilescola.com/doencas/alzheimer.htm


Mental Help - Alzheimer e outras doenças que provocam perda de memória disponível em: http://www.mentalhelp.com/Doenca_de_Alzheimer.htm

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