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Editora: Luziana Suzuki Brambila

Colaboradoras: Cristiane Marchese Recuero e Vivian Ramos Gregorczyk



O que é?

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Visão de um portador de catarata Fonte: http://www.boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com

A catarata é uma doença ocular crônica, multifatorial e degenerativa. Ela se caracteriza por uma opacificação do cristalino, tornando as cores menos vivas e a visão embaçada.


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Fonte: http://www.clinorp.com.br

O cristalino é uma lente natural biconvexa, transparente, avascular, localizada atrás da íris, com 4mm de espessura e 9mm de diâmetro, responsável pela acomodação visual, ou seja, focaliza os raios luminosos sobre a retina.


Geralmente, ela começa a manifestar-se tanto em homens quanto em mulheres, por volta dos 55 anos, indicando que a principal forma de catarata é a senil.

Existem 3 tipos mais comuns de catarata: nuclear, subcapsular posterior e cortical. A catarata subcapsular posterior causa relevante diminuição da visão mesmo em ambientes bastante iluminados. A opacificação nuclear está associada a uma melhora na visão para perto por desenvolver miopia. Já a cortical, permite boa visão até total comprometimento do eixo visual.

Quais as causas?

A catarata pode se desenvolver por diversas causas, como: congênita, senil, traumática, induzida por medicamentos e por diabetes mellitus.

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Catarata Congênita Fonte: http://www.testedoolhinho.ufc.br

- Catarata Congênita: quando a criança já nasce com a turvação do cristalino. A cada 10.000 nascidos vivos, 3 nascem com essa deficiência. Desses, 2 possuem catarata em ambos os olhos, e em metade desses pacientes, pode-se identificar a causa da formação dessa catarata. A mutação genética é a causa mais comum, mas pode ser devido a anormalidades nos cromossomos, distúrbios metabólicos e agressões intra-uterinas. Se a opacidade for muito intensa, o bebê deve ser operado já nas primeiras semanas de vida para se evitar a baixa visual irreversível e para um melhor prognóstico.


- Catarata Senil: com o crescimento da população mundial e o aumento da expectativa de vida, estima-se que até 2020 a população idosa duplique, demonstrando uma maior incidência de pessoas com catarata senil. Com o envelhecimento, o cristalino muda, naturalmente, para amarelo-amarronzado, além de aumentar em tamanho e volume.

- Catarata Traumática: a causa mais comum de catarata unilateral em pessoas jovens é traumática. O trauma pode ser um ferimento penetrante, choque elétrico, radiação ionizante em neoplasias de olho, radiação infravermelha, entre outros.

- Catarata Induzida por Medicamentos: os principais medicamentos que podem causar catarata são:

• corticóides: tópicos ou sistêmicos, eles causam, primeiramente, opacidade subcapsular posterior. Depois, a região subcapsular anterior também se torna opaca. Acredita-se que podem estar imunes pessoas que usaram prednisolona por menos de quatro anos ou uma dosagem de, no máximo, 10mg. Opacificação precoce pode regredir se a terapia for interrompida.

• clorpromazina: na cápsula anterior do cristalino, esse medicamento pode causar depósito de grânulos finos e marrom-amarelados. Geralmente, esses depósitos são irreversíveis.

• bussulfano: pode causar opacidade ocasionalmente.

• amiodarona: tanto em doses moderadas quanto altas, 50% dos pacientes não desenvolvem deficiências visuais.

• ouro: aproximadamente 50% dos pacientes tratados por mais de 3 anos desenvolvem depósitos capsulares anteriores.

• alopurinol: pacientes idosos têm risco aumentado de desenvolver catarata se o tratamento for maior que três anos ou a dose acumulativa ultrapasse 400g.

- Catarata devido ao diabetes mellitus: a catarata causada pelo diabetes mellitus é uma doença que provoca opacidade cortical em flocos de neve em diabéticos jovens, porém, é raro que isso aconteça. O alto nível de glicose, devido à hiperglicemia, se acumula no humor aquoso e se espalha para o cristalino. Dentro do cristalino, a glicose é convertida em sorbitol, pela ação da enzima aldose-reductase, provocando uma super-hidratação osmótica secundária da substância do cristalino.

Qual a incidência?

A catarata é responsável por, aproximadamente, 40% dos casos de deficiência visual em todo o mundo, atingindo 16 milhões de pessoas. Em pacientes com idade inferior ou igual a 65 anos, a prevalência é de 17, 67%. Em pacientes com idade entre 65 e 74 anos, essa porcentagem sobe para 47,1%. A partir dos 75 anos, a prevalência é de 73,3%. Na Índia, esse índice sobre para 82%. Já nos EUA esse número cai para 48%. Estima-se que na China existam 5,5 milhões de pessoas com catarata, com um aumento de 300 mil casos ao ano. No Brasil, a estimativa é que surjam 552 mil novos casos de catarata ao ano.


Quais os fatores de risco?

Os fatores envolvidos com risco aumentado de desenvolvimento de catarata são fumo, álcool, luz ultravioleta e oxidação. O tabaco aumenta o risco devido à oxidação aumentada nessas pessoas causado pelo estresse oxidativo.


Como prevenir?

Pode-se retardar o surgimento da catarata com antioxidantes, como vitamina C, vitamina E, glutation, luteína, zeaxantina e óleo de linhaça, uma vez que essas substâncias diminuem a oxidação causada, dentre as diversas razões multifatoriais, pelo envelhecimento do organismo e pelo estresse da vida moderna. A luteína e a zeaxantina são os únicos carotenóides presentes no organismo. A luteína é encontrada em frutas como maçã e laranja, e em vegetais como couve e espinafre. A carnosine e a sinvastatina também contribuem para a prevenção da catarata precoce.


Como tratar?

O tratamento pode ser feito com medicamentos, uso de lentes corretoras/óculos e por meio de cirurgias.

Os medicamentos usados no tratamento são os que causam midríase, por favorecer a passagem da luz pela periferia do cristalino. Os óculos com grandes adições e lupas telescópicas são usados para leitura por amplificarem o tamanho dos objetos.

No caso de intervenção cirúrgica, quando o paciente já perdeu mais de 50% da visão, faz-se a substituição do cristalino opacificado por lentes intraoculares especiais. Existem 2 principais procedimentos cirúrgicos:

- EECC: a extração extracapsular de catarata é feita através de uma incisão relativamente grande, de 10mm, de onde extrai-se o núcleo do cristalino e aspira-se o material cortical, deixando a cápsula posterior intacta. No local do cristalino, é feita a colocação de um plástico rígido (metilmetacrilato).

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Facoemulsificação Fonte: http://www.ipooftalmologia.com.br

- FACO: a facoemulsificação é o método mais usado, hoje em dia, por ser um procedimento feito através de uma pequena incisão de 2 a 3mm, evitando a descompressão do olho, diminuindo a incidência de complicações operatórias e favorecendo uma recuperação visual muito rápida. Nesse procedimento, a anestesia é local e a catarata é retirada e substituída por uma lente intraocular, geralmente multifocal, dobrável, injetável ou expansível.

Referências Bibliográficas

1. KANSKI, Jack J. Oftalmologia Clínica: Uma abordagem sistemática. 5 Ed. 2003.

2. ARIETA, Carlos Eduardo Leite et al. Cristalino e Catarata. Cultura Médica: Guanabara koogan, 2008.

3. JOSE JUNIOR, Newton-Kara. Novidades na cirurgia de catarata: lentes intraoculares asféricas. Rev. bras.oftalmol., Rio de Janeiro, v. 68, n. 4, 2009. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89102001000500013&script=sci_arttext>. Acesso em 25 de Nov 2010.

4. LIRA, Rodrigo Pessoa Cavalcanti et al . Suspensão de cirurgia de catarata e suas causas. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 35, n. 5, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72802009000400001&script=sci_arttext>. Acesso em 25 de Nov 2010.

5. Disponível em: http://sentirbem.uol.com.br/index.php?modulo=artigos&id=475&tipo=2. Acesso em 26 de Nov 2010.

6. Disponível em: <http://www.drqueirozneto.com.br/patologias/catarata/oquee.htm>. acesso em 26 de Nov 2010.

7. Disponível em: http://www.sadalla.com.br/website/int-pt/index.php?id=pacientes&area=especialidades&pagina=catarata. Acesso em 26 de Nov 2010.


Links Relacionados

1. Teste do Olhinho

2. Medicina Geriátrica

3. Conselho Brasileiro de Oftalmologia

4. Sociedade Brasileira de Oftalmologia

5. Sociedade Catarinense de Oftalmologia

6. Claude Monet e a catarata

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