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Autor: Gustavo Dalmora
Colaboradores: Alexandre Dionisio Lachi Gonçalves e Tiago Amaral Slaviero.

Introdução

Parto3

Fonte: http://www.fitpregnancy.com/36-weeks-pregnant

O trabalho de parto é um tema que envolve muitos mitos e curiosidades não só entre as mulheres grávidas, mas também na população em geral. O parto normal é quando o organismo materno, espontaneamente, organiza a expulsão do feto e dos conteúdos anexos. O parto normal ocorre entre a 37ª e a 41ª semana de gestação. O mecanismo de parto é um processo composto de diferentes tempos e fases, os quais serão esclarecidos durante o texto. Não podemos esquecer, também, do psicológico da gestante, que pode, inclusive, influenciar na psicologia do feto.

Psicologia da Gestação

A gestação envolve uma série de eventos psicossomáticos na vida da mulher que culminarão em grandes mudanças estruturais na sua vida. Há preocupação, dúvidas, mudanças financeiras, físicas e na rotina, expectativas e conflitos pessoais e conjugais. A mulher deve estar preparada para a mudança no seu corpo (alterações na pele, crescimento dos seios, náuseas, aumento de peso, entre outras )e para mudanças psíquicas (cobrança da sociedade para uma gestação saudável, instinto maternal, sexo, entre outras). Sendo assim, podemos considerar a gestação uma fase de adaptação para o futuro da mulher, agora, como mãe. Podem ocorrer, também, conflitos conjugais, já que, para o homem, a gestação parece pouco real pois ele não consegue ‘’ver’’ ou ‘’sentir’’ o bebê do mesmo modo que a mãe, a mulher se torna um vulcão de emoções, ele deverá, agora, disputar espaço com seu filho para a atenção da mulher. A mulher pode sofrer, também, com mudanças na vida do casal, já que muitos, durante a gestação, acabam se afastando um do outro. O casal deve permanecer unido e preservar o relacionamento, já que ele é a base para o eixo familiar.

Mecanismo do Parto

Parto2

Fonte:http://cienciasnamosca.wordpress.com/2012/04/25/desenvolvimento-fetal-e-tipos-de-parto/

Como definido por Rezende em seu livro Obstetrícia, ‘’Sob o ponto de vista do mecanismo do parto, o feto é o móvel ou objeto que percorre o trajeto (bacia), impulsionado por um motor (contração uterina). Na sua atitude habitual de flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos membros, que também dobram, o móvel assemelha a um ovoide’’
O mecanismo do parto é, então, dividido em três tempos: Insinuação, descida e desprendimento.
A insinuação é a passagem da maior circunferência da apresentação através do anel do estreito superior (entre o sacro e o púbis). A apresentação cefálica é a mais comum. O feto faz movimento parecido com o de mergulho, reduzindo o espaço (flexão da cabeça) e iniciando sua descida.
A descida é quando a cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico onde começa o cotovelo do canal. Ocorre penetração rotativa da cabeça (a medida que a cabeça faz o movimento turbinal, de rotação, ocorre descida do feto). A descida inicia com o trabalho de parto e se finaliza somente com a expulsão total do feto.
O desprendimento ocorre após o movimento de rotação da cabeça fetal onde o maior diâmetro do ovoide cefálico continuará orientado na direção do eixo do canal do parto e a passagem da cabeça através do anel vulvar pelos diâmetros de menores dimensões. Após ocorrer a saída da cabeça fetal, ela fara um movimento de flexão, auxiliado pelo seu peso, para que ocorra rotação, voltando o occipital para o lado onde se encontrava a bacia. Ocorre simultaneamente a rotação interna das espáduas, fazendo com que ocorra rotação do biacromial na direção anteroposterior púbica e, assim, possibilitando a saída da espádua anterior e, após a saída dela, há rotação do tronco para que ocorra a saída da espádua posterior. Ocorre a saída das outras partes fetais sem resistência. 

Tempos do mecanismo de parto

Parto1

Fonte: http://portfolio.med.up.pt/biabua/patologia/parto_1.html

O mecanismo de parto, além de ser dividido em tempos, é também dividido em três fases: período premonitório, fase de dilatação e fase de expulsão.
O período premonitório caracteriza-se, principalmente, pela descida do fundo uterino. As secreções das glândulas cervicais aumentam, gerando eliminação de muco, podendo ocorrer algum sangramento vaginal associado; a porção vaginal do colo diminui; a mulher começa a sentir as metrossístoles intermitentes do útero, cujos intervalos vão diminuindo e as contrações vão se intensificando; ocorre aumento da atividade uterina. O amolecimento e o apagamento do colo acentuam-se. O falso trabalho de parto e as contrações dolorosas do pré-parto são sinais clínicos presentes no final da gravidez. Para diferenciar do verdadeiro trabalho de parto, são utilizadas as metrossístoles, que possuem ritmo irregular e falta de regulação, mas que não produzem modificações no útero.
A fase de dilatação começa com as contrações uterinas dolorosas, que iniciam ao modificar a cérvice e terminam quando a ampliação esta completa, ou seja, com 10 cm. Ocorre menor intervalo entre as contrações uterinas e estas são, porém, mais intensas. Nessa fase acontecera a ruptura da bolsa-da-agua, que em algumas situações poderá ocorrer previamente ao trabalho de parto.
A fase de expulsão se inicia quando a dilatação esta completa e possui término após a saída completa do feto. As metrossístoles, a força de contração do diafragma e a parede abdominal se associam ao se contrair gerando a compressão do útero de cima para baixo e de frente para trás.  O intervalo das contrações uterinas diminui cada vez mais e sua intensidade aumenta, até que ocorram 5 contrações a cada 10 minutos. Com o colo dilatado o feto passa a distender a vagina. O polo inferior do feto provocará contrações voluntárias da prensa abdominal ao pressionar as paredes vaginais, o reto e a bexiga. Essa contrações são movimentos energéticos da parede do ventre, parecidos com os movimentos gerados na evacuação ou micção intensas. Para a fase de evacuação ser eficiente a sístole involuntária do útero e a contração voluntária da prensa abdominal devem estar presentes.

Diagnóstico para o trabalho de parto

O diagnóstico para o trabalho de parto é baseado nas contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo duas em dez minutos), que percorrem todo útero e duram de 50 a 60 segundos; nas primíparas: colo apagado e dilatado para 2 cm e, nas multíparas: colo semi-apagado e com 3 cm de dilatação; formação de bolsas-das-águas; perda do tampão mucoso (evidenciando o apagamento do colo).

Duração normal do trabalho de parto

O período premonitório dura em média 20 horas nas primíparas e 14 horas nas multíparas. O período de dilatação completa-se após 12 horas nas primíparas e 7 horas nas multíparas. A expulsão possui duração de 50 minutos das primíparas e de 20 minutos nas multíparas, aproximadamente.

Secundamento

O secundamento ou terceiro período do trabalho de parto é o estágio da parturição que se processa após o nascimento do feto e se caracteriza pelo descolamento (dequitação) da placenta para fora das vias genitais. O secundamento ocorre pelo fato de que, após o trabalho de parto, o útero sofre um processo denominado cisalhamento, que é a diminuição do seu tamanho devido as contrações rítmicas, presentes por até 45 minutos após o nascimento do bebê, possibilitando sua separação da placenta.

Fisiologia do Parto

Quando o tempo da gestação se aproxima de seu término, o útero começa a ficar mais excitável e, assim, desenvolve contrações rítmicas que culminarão no nascimento do bebê.
Muitos hormônios são responsáveis pelas contrações uterinas. Os estrogênios possuem a características de aumentar o grau de contratilidade uterina, efeito contrário da progesterona, que inibe esta contração. Ambos hormônios são secretados durante a gravidez, no entanto, a partir do sétimo mês de gestação, a quantidade de progesterona secretada permanece constante ou diminui, enquanto a de estrogênio aumenta progressivamente. A ocitocina, hormônio secretado pela neuro-hipófise, também gera contrações uterinas. Este hormônio é secretado em grande quantidade durante o parto.
Fatores mecânicos, como a distensão da musculatura uterina e do colo uterino, também aumentam a contratilidade uterina.

Referências bibliográficas

1.    GUYTON & HALL; Tratado de Fisiologia Médica 12ª ed. Rio de Janeiro:  Saunders Elsevier, 2006
2.    REZENDE, Jorge; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa ; Obstetricia 11ª ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2010
3.    WALLACH, Edward E.; FOX, Harold E.; FORTNER, Kimberly B; Manual de Ginecologia e Obstetrícia do Johns Hopkins 3ª ed. Rio de Janeiro: Artmed

Links relacionados

1. Medos e Mitos no Parto Normal. Fonte: http://www.despertardoparto.com.br/medos-e-mitos-no-parto-normal.html

2. Mitos e verdades sobre o parto normal: Especialistas tiram duvidas Fonte: http://gnt.globo.com/maes-e-filhos/noticias/Mitos-e-verdades-do-parto-normal--especialistas-tiram-duvidas.shtml

3. Parto e Pós-parto: http://www.hospitalgeral.com.br/1_com/maternidade/parto/trabalho.htm

4. Parto Normal: Quando o bebê escolhe a hora de nascer. Fonte: http://gnt.globo.com/maes-e-filhos/noticias/Parto-normal--quando-o-bebe-escolhe-a-hora-de-nascer.shtml

5. Seis razões para tentar o parto normal. Fonte: http://bebe.abril.com.br/materia/seis-razoes-para-tentar-o-parto-normal

6. Verdades e mentiras sobre o parto normal. Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-04-25/verdades-e-mentiras-sobre-parto-normal.html

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