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Autora: Tamires Regina Gemelli da Silva

Colaboradores: Sara Müller e Sheron Zamboni

Aspectos Gerais

Figura 1

Fonte: www.sitedobareta.com/colunistas/luiz-padua/o-que-e-cancer-de-mama-15-07-2010

Conhecido como o tipo de câncer que mais mata as mulheres no Brasil, cerca de 10.000 por ano, o câncer de mama é temido não só pela sua alta taxa de mortalidade, mas também por afetar significativamente o psicológico das mulheres que o possuem. A partir do diagnóstico, grande parte delas passa a ficar insegura quanto à sua aparência e seu desempenho sexual e acaba apresentando uma série de sentimentos bastante variados, tais como ansiedade, tristeza, depressão, raiva, entre outros.

Assim como a mortalidade, a incidência do câncer de mama em mulheres é bastante alta, aproximadamente 1 em cada 9 são diagnosticadas com a doença, que apesar de rara até os 35 anos, mostra-se bastante incidente na população feminina acima dessa faixa etária.

A década de 70 parece ser um marco importante para o câncer de mama, tanto negativa quanto positivamente. Apesar de a incidência ter aumentado de maneira significativa a partir dessa data, devido aos novos hábitos de vida da população em geral, a mortalidade diminuiu cerca de 20%, por causa das novas técnicas de rastreamento e da maior divulgação sobre a importância do diagnóstico precoce.

Sinais e Sintomas

Figura 2

Fonte: www.superandocancerdemama-virna.blogspot.com

Apesar de inicialmente o câncer de mama ser caracterizado pela presença de um nódulo no seio, é importante destacar que ele pode não significar a presença da doença, pois grande parte dos nódulos encontrados no tecido mamário são cistos, mas essa diferenciação só pode ser feita a partir de uma avaliação médica. A ausência de nódulos não exclui a possibilidade de haver o câncer, pois nem sempre eles são palpáveis.

Existe uma série de outros sintomas que caracterizam a doença, tais como nódulos palpáveis na axila, alterações no tamanho, na forma e na pele que recobre a região mamária, calor, inchaço, rubor e escamação também nessa região, secreções mamilares, entre outros.

Em primeira instância, a dor não é um sintoma tão característico, pois ela se apresenta, geralmente, nos casos mais avançados da doença.

Fatores de Risco

Assim como os outros tipos de cânceres, o de mama apresenta inúmeros fatores de risco. O histórico familiar é determinante, pois a pré-disposição é maior quando há casos da doença em parentes de primeiro grau, principalmente se essas pessoas desenvolveram o câncer antes dos 50 anos de idade.

Mulheres acima dos 35 anos, que tiveram a primeira menstruação muito cedo, a menopausa muito tarde, que não tiveram filhos ou que engravidaram pela primeira vez depois dos 30 anos também possuem maior pré-disposição a desenvolverem a doença.

O tabagismo, o uso de bebidas alcoólicas, a exposição a radiações ionizantes, o excesso de peso, as reposições hormonais e o câncer de ovário pré-existente também são importantes fatores de risco para o câncer de mama, já quanto aos contraceptivos orais, há controvérsias.

Prevenção

Figura 3t

Fonte: www.danielarosafisio.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

Hábitos de vida saudáveis podem diminuir significativamente as chances de desenvolver o câncer de mama. Estudos revelam que a alimentação saudável, a prática regular de atividade física e o controle do peso diminuem a incidência da doença em 28% da população feminina.

Detecção Precoce

Quando se fala em câncer de mama, bate-se muito na tecla da detecção precoce, mas há indícios de que uma grande parcela da população ainda não sabe a importância que isso tem, já que em 60% dos casos, a doença é detectada já em estágio avançado.

Identificar o tumor no início do seu surgimento representa uma diminuição da mortalidade em 30%, ou seja, quanto antes o diagnóstico for feito, melhores são as chances de sucesso do tratamento.

A detecção precoce é feita a partir de diversos exames preventivos periódicos:

1. AUTO-EXAME: é o exame de palpação das mamas feito pelas próprias mulheres a partir dos 20 anos, com o intuito de detectar pequenas anormalidades o mais rápido possível e procurar atendimento médico caso elas existam. Apresenta inúmeras controvérsias, primeiro, porque se sabe que isoladamente o auto-exame não detecta precocemente o câncer de mama, pois quando a mulher é capaz de sentir algo, o câncer já está em estágio avançado, e segundo porque a partir dele podem surgir lesões benignas se for feito de maneira agressiva e falsas ilusões, já que a presença de um nódulo pode representar apenas um cisto e a ausência dele não exclui a possibilidade de haver o câncer. Diante disso, o auto-exame deve ser feito corretamente e deve estar associado a outros exames para que o diagnóstico seja confirmado.

2. EXAME CLÍNICO: é o exame de palpação feito pelo médico, o que não exclui a necessidade de associação com outros exames para a confirmação do diagnóstico.

3. MAMOGRAFIA: é um exame bastante simples, feito a partir de um aparelho, como se fosse uma radiografia de mama. O Ministério da Saúde recomenda que a partir dos 40 anos de idade ele seja feito anualmente.

4. ULTRASOM: geralmente é utilizado em mulheres com menos de 35 anos de idade que detectaram alguma massa palpável, pois elas possuem as mamas mais densas e esse tipo de exame facilita a detecção. Assim como os demais, deve ser associado à mamografia para que o diagnóstico seja confirmado.

Recomendações do INCA

Contando com o apoio do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Ministrério da Saúde realizou, em novembro de 2003, a "Oficina de Trabalho para Elaboração de Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama", a partir da qual foi desenvolvido um documento que contém as principais recomendações sobre os cuidados, a detecção precoce e o tratamento para o câncer de mama. Esse documento, publicado em 2004, preza que:

1. As mulheres tenham amplo acesso à informação com base científica.

2. As mulheres fiquem em alerta para os primeiros sinais e sintomas e diante de qualquer alteração, procurem avaliação médica.

3. O diagnóstico seja dado em até 60 dias para mulheres com nódulo palpável ou outras alterações.

4. Mulheres entre 50 e 69 anos façam mamografia a cada 2 anos.

5. Todo serviço de mamografia participe do Programa de Qualidade em Mamografia.

6. As mulheres busquem saber as formas de prevenção contra o câncer de mama.

7. As mulheres que fazem terapia hormonal sejam acompanhadas rigorosamente.

Quem Procurar

Em caso de suspeita de câncer de mama, uma das principais dúvidas que surge é qual médico procurar. Muitas mulheres procuram um ginecologista, um oncologista ou até mesmo um cirurgião plástico, mas o médico que previne, diagnostica, trata e reabilita os pacientes com doenças de mama em geral é o mastologista. Ele é o especialista mais preparado para escolher o melhor método diagnóstico, o tratamento mais indicado e coordenar todo e qualquer tratamento complementar, como cirurgia plástica, quimio e radioterapia. É importante destacar que o mastologista não atende apenas mulheres, mas também homens, crianças, adolescentes e idosos que possuem alguma doença de mama.

Referências

1. http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=336.

2. http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=13&id=12&menu=2.

3. KUMAR V., COTRAN R., ROBBINS S. 2010, Robbins Bases Patológicas das Doenças, A Mama, 8. Ed., cap 23, pág. 1081-1101, Saunders ELSEVIER.

Links Relacionados

1. INCA [1]

2. Instituto Oncoguia [2]

3. Instituto Se Toque [3]

4. Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica [4]

5. Sociedade Brasileira de Mastologia [5]

6. Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer [6]

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